O crédito é um dos maiores produtos e também um grande dilema do comércio. Veja nesta matéria do Jornal Estado de São Paulo boas novas sobre a queda da inadimplência.

Inadimplência cai e crédito tem melhor qualidade

O comportamento das pessoas físicas que buscam crédito continuou a evoluir positivamente em janeiro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada quinta-feira. O levantamento mostrou que o porcentual de consumidores com alguma dívida aumentou de 60,2%, em janeiro de 2013, para 63,4%, neste mês. Mas, mais importante, a qualidade do endividamento melhorou, aliás, numa tendência já registrada pelo Estado e que se fortalece agora.

 Com a exceção do cartão de crédito, amplamente utilizado por 75% dos consumidores, diminuiu o uso de modalidades de financiamento como cheque especial, crédito pessoal e cheque pré-datado, enquanto aumentou o endividamento para aquisição da casa própria.
As pessoas estão “trocando uma dívida ruim, de consumo, por uma dívida que é um investimento”, observou o economista da LCA Consultores Douglas Uemura ao jornal Valor.

Entre as principais dívidas contraídas pelos consumidores, cresceu de 5,2% para 7% o porcentual dos mutuários de crédito imobiliário e de 11,9% para 13,4% o dos tomadores de empréstimo para aquisição de veículos.

Tanto quanto o nível do endividamento, o problema é o custo de financiamentos como o cheque especial – felizmente, uma operação em declínio. Há, ainda, linhas de crédito pessoal extremamente onerosas, oferecidas a pessoas com histórico financeiro ruim ( chamadas “negativadas” pelos serviços de proteção ao crédito).

Uma primeira grande mudança na oferta de crédito ocorreu na década passada, com a substituição do crédito pessoal e do cheque especial pelo consignado, cujo custo é módico por se tratar de uma operação garantida pelo desconto em folha.

A segunda grande mudança está em curso e nela ganha espaço o crédito imobiliário, cujo custo oscila entre 7% e 10% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), nas operações direcionadas lastreadas em depósitos de poupança. Com a reforma do sistema habitacional e o uso da alienação fiduciária de bem imóvel como garantia, os atrasos são pequenos, inferiores a 2%. A inadimplência em outras linhas também é cadente.

Com o endividamento mais concentrado na compra da moradia, parece inevitável a redução do peso do consumo nas dívidas. Momentos de euforia nas vendas a prazo no comércio tendem a ser mais raros.